Poemas

Poemas prediletos...
O poema abaixo foi escrito pelo médico Martins Fontes.

Lutas, labutas buscando o bem
Brigas, intrigas, quem não as tem ?
Puxos, repuxos, eis a maré

Orem, não chorem, cultuem a fé
Nisso por isso, preste atenção
Preçe enobreçe é renovação…
Martins Fontes

Martins Fontes

José Martins Fontes, poeta brasileiro, nascido na cidade paulista de Santos, às 17 h 30 min. em 23 de junho de 1884. Como médico, notabilizou-se como conferencista e foi tisiologista da Santa Casa de Misericórdia de Santos e destacado humanista. A partir de 1924 tornou-se correspondente da Academia de Ciência de Lisboa. Morreu em Santos em 25 de junho de 1937 e está sepultado no Cemitério de Paquetá, desta cidade. Neste cemitério estão sepultados, entre outros, o poeta do mar e o santista Vicente de Carvalho.

NOTA: Um dos sonetos abaixo – Como é bom ser bom! – é considerado o seu verso mais famoso e, antes de tudo, um lema de vida que Martins Fontes sempre cultivou, como médico tisiologista da Santa Casa de Santos (a primeira do Brasil, fundada por Brás Cubas). Figura notável, era venerado pelo povo (notadamente pelos mais pobres). Sua morte causou grande consternação, tendo seu funeral, conforme testemunhos da época, paralisado a cidade. Seu túmulo no Cemitério do Paquetá, em Santos/SP, é um dos mais visitados e o povo acredita que o poeta continua a espalhar bondade mesmo após a sua morte, atendendo às preces que lhe são dirigidas.

Fonte: http://www.sonetos.com.br

Como é Bom Ser Bom

Tu, que vês tudo pelo coração,
Que perdoas e esqueces facilmente,
E és, para todos, sempre complacente,
Bendito sejas, venturoso irmão.

Possuis a graça como inspiração
Amas, divides, dás, vives contente,
E a bondade que espalhas, não se sente,
Tão natural é a tua compaixão.

Como o pássaro tem maviosidade,
Tua voz, a cantar, no mesmo tom,
Alivia, consola e persuade.

E assim, tal qual a flor contém o dom.
De concentrar no aroma a suavidade,
Da mesma forma, tu nasceste bom.

Martins Fontes

Alguns poemas que admiro porque de alguma forma lembram a astronomia, uma das ciências mais antigas, e que  transportam-nos onde nossa imaginação desejar…

Satelite – de Manuel Bandeira.

Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite.

Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.

Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!

Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
– Satélite.

Ouvir estrelas

Ora (direis) ouvir estrelas pertence a coleção de sonetos Via Láctea que, por sua vez, está inserido no livro de estreia do escritor brasileiro Olavo Bilac.

O soneto é o número XIII de Via Láctea e ficou consagrado como a parte mais famosa da antologia intitulada Poesias, publicada em 1888.

Os versos de Bilac são um típico exemplar da lírica parnasiana.

Fonte: https://www.culturagenial.com/ora-direis-ouvir-estrelas-de-olavo-bilac/ (Rebeca Fuks – Doutora em Estudos da Cultura)

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.

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